segunda-feira, 5 de abril de 2021

Taquaritinga, um momento, por favor.

Houve um tempo, como definiu certa vez um amigo, em que vivíamos em uma espécie de “shopping center” a céu aberto. A cidade era toda nossa. Acredito que quase isso.

Porém, muito mais que um shopping, era circo, feudo, família, uma grande e divertida escola a céu aberto.
Todos um pouco poetas, artistas e seus diversos talentos e ferramentas, figuras reais e caricatas. Aprendíamos a amar, a ser loucos, a sonhar. E era assim. A juventude se unia aos mais velhos e juntos tomávamos conta de praças, de ruas, da avenida, do pôr do sol.
O trabalho, a escola, as universidades de fora. Os retornos. Ah, os retornos. Tudo parecia motivo para festejar. E era. 
Dos bares mais chiques, aos botecos de vila, a diversão, a poesia, os sonhos, devaneios fincados no desejo de estar feliz. A cidade sorria sempre.
No sorvete, no sorvete com cachaça, no suco, na cerveja, no pastel, no suor, nos delírios e viagens.
No bilhar das madrugadas. Os lanches da Seleta, o cheiro do Big Box. O brasileirinho do João. O pão da Popular, quentinho e enriquecido com a manteiga direta da lata.
Como em um feudo, tínhamos clubes, escolas, festas temáticas, quermesses, charmosos distritos, tínhamos também uns aos outros. Reunidos em uma casa ou simplesmente sentados em algum banco de praça. Para jogar conversa fora.
Mesmo espalhados pelo universo, todos estavam de alguma forma ali presentes. Onde você fosse no mundo, sempre tinha um de nós. E encontrá-los, sempre foi uma festa.
Turmas de vez em quando se fundiam, se confundiam, orbitavam como faz os elétrons para formar elementos. Pura química.
Motocicletas e carros velozes, novos ou não. Tínhamos o sol. As estradas de terra. A água da bica. As sombras das árvores, a coruja da torre, o ninho do urubu, a laranja chupada no pé, a goiaba madura no pé da serra, tínhamos a estrada, braços extensos de nós, que nos levava e trazia de volta.
A pedra, uma escadaria em frente a um banco no centro da cidade, se tornava palco, púlpito, ponto de encontro. Ali também nasceu o carnaval.
Tudo festa, até as rosas roubadas, as serenatas, os quintais cheios de frutas, que acreditávamos também ser nossos. Tudo era nosso... sem maldade, sem prisão.
O sorriso no rosto se apagava somente quando um amor resolvia nos deixar. Ou ainda mais profundo, quando algum de nós resolvia sumir para o outro lado do véu. Nunca os esquecemos.
Mas no outro dia, mesmo combalidos, cacos reunidos, tudo começava novamente.
Me lembro bem desse tempo. Ele nunca saiu de mim. Eu vivo ele hoje, sempre em cada detalhe. Não é saudosismo barato não. É presença.
Vejo hoje homens em crianças que convivi e reconheço jovens amigos em velhos conhecidos.
Me vejo neles, percebo que temos algo em comum. Temos na memória, toda essa magia que o tempo moldou.

Por Gerson Costa (Xá).



domingo, 1 de setembro de 2019

Dinheiro é bom.

Não há problema algum em ter dinheiro. Ele é necessário para o mundo em que vivemos.
A civilização moderna o elegeu como referência para troca de bens e serviços e assim, deixa tudo mais fácil e justo.
É uma benção, que pode trazer e proporcionar muitas alegrias e benefícios. Porém, a meu ver, a alma humana tem se equivocado em muitos aspectos, com relação a suas funções e poderes.
O melhor é não ter medo do dinheiro, em razão desse desvio de função causado por caráteres duvidosos. Mas sim, utilizar essa força para favorecer e fortalecer as relações humanas.
É importante lembrar que em momentos de crise, como hoje vivemos, é preciso uma cautela dobrada... Porque o dedo na cara que hoje você mostra ao outro, que passa por alguma dificuldade financeira, pode virar um dedo no seu próprio olho amanhã... Não há privilegiados... O mundo dá voltas. Tenha calma e coloque-se no lugar das outras pessoas... Seja lá naqueles que te cobram, seja naqueles que te devem... Calma. Você pode agregar aliados. O Mundo ainda esta dando voltas.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Vizinho das Paineiras

Moro, já há alguns anos em frente a duas imponentes e lindas paineiras.
Elas me dão presentes diários que não tenho e nunca terei como retribuir.
Não há monotonia em frente a uma paineira, a cada período do ano um espetáculo diferente.
São a beleza das flores, os Tucanos, Jacús e tantos outros pássaros visitantes diários... O tempo seco.
Mas, gosto bastante especificamente, no período da paina (esse algodãozinho que brota de seus frutos, que antigamente preenchia travesseiros) quando recebemos os periquitos e maritacas, que já um pouco antes de estourarem os frutos, chegam em bandos, em busca do banquete de sementes... 
A árvore já esta sem folhas e flores, porém com "chumaços de algodão" espalhados por toda sua enorme copa e o verde das Maritacas e Periquitos contrastam o céu, hora azul, hora cinza, enfim... Agradeço a esses céus por ter tido a oportunidade nesta vida de ter acompanhado de perto vários ciclos dessa maravilha. Imponente. Que viva a natureza.
Se você puder, perceberá que ela esta presente na sua vida todos os dias. Aprenda a amar.
Não a perca de vista. Proteja, pois você e nem os seus vive sem ela. Não vive, não se engane.
Sinta e proteja. Você estará protegendo a si próprio e a todos que você ama, pode acreditar.


terça-feira, 27 de agosto de 2019

O mais importante da vida.

Sua família e seus amigos são sem dúvida tudo de mais importante em sua vida.
Se essas relações são escrotas ou no mínimo inconsistentes, tendem a te ensinar e te empurrar para frente... Por outro lado, se são amorosas e promissoras, exercem a mesma força, o mesmo sentido... Basta saber olhar... Portanto, aproxime-se dos seus... Observe-os. Eles tem vida igual a você, são imperfeitos igual a você, erram e acertam da mesma forma. Compreender as pessoas que estão próximas, trazê-las cada vez para mais perto, entender que você é igual e com as mesmas condições, faz toda a diferença. Pense nisso. Somos todas as qualidades e defeitos.  Estamos propensos a errar e acertar todos os dias. Nossa escola é essa, nossa escola são as pessoas e você é uma. Assim que é.


quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Defenda a Vida

Tenho, como muitos, estado preocupado e com medo do caminho que estamos tomando.
Pessoalmente, há tempos, não me identifico com partidos políticos e muito menos por ideologias apaixonadas e vazias, mesmo porque é sabido que a propina e a corrupção tem tomado conta do poder público e transformado sonhos em pesadelos.
Porém, esse momento que vivemos tem sido pautado por uma onda perigosa que vem defendendo a tortura, a prisão de menores de 12 anos, a morte e expulsão de índios de seus habitats, a devastação de florestas e tantas outras questões impensadas para um real futuro para a humanidade...
Um futuro para o Amor.
Tudo, pior, me parece justificado por um único objetivo que é derrocar para sempre um partido político, um nome, alguém, sei lá... Será que estão todos bem? Será que essas pessoas que defendem o que há de pior no humano que é esquecer de sua própria humanidade, percebem o que estão fazendo? Será que esse ódio por um político justifica apoiar a tortura e extinção de seres e humanos? O que está acontecendo com as pessoas realmente de bem e realmente bem intencionadas que acham normal um político defender a morte e a tortura? Seja lá quem seja essa pessoa?
O que é que há? Acreditam que é mentira a morte de pessoas por preconceito? Que seja mentira a dor das famílias que perderam jovens nos porões da ditadura? Que é mentira dos povos das matas todo o sofrimento causado pela ganância? Será que não é hora de acordar deste pesadelo e defendermos a vida, a vida! Pelo menos e inicialmente de inocentes?... Há tempo ainda. Não dá para ficar olhando isso tudo passivo. Não dá. Esqueça políticos e defenda a vida... E da forma correta. Defenda a vida.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Polarizaram você!

Essa provocação para uma separação entre pessoas, é proposital... Quanto maior o número existente de pequenos grupos e subgrupos, brigando uns entre os outros, maior é a força dos supostos poderosos. Acordemos. Dividindo e separando fica mais fácil manipular um todo.
Jogam uns contra o outros e já era... Vivemos um momento mais que propício para engolir ideologias vazias, ódios infundados e nos unirmos a todos que querem o bem de todos... Essa sim é a maioria real... Há uma maioria que ninguém vence e é o povo brasileiro real, unido... Enquanto lideranças interesseiras continuarem fazendo a cabeça dos incautos raivosos, teremos que engolir essa verdadeira balburdia, que corre solta há anos e anos no Brasil...
Na minha opinião, não há outra saída a não ser aceitar as pequenas diferenças entre uns e outros e seguir em frente em defesa do grande objetivo da maioria, que é ter um pais mais forte e soberano... Para nos unirmos, é preciso ter em mente que esse governo atual é tão mentiroso quanto seus antecessores. Eles mentem e são comandados por grandes forças nacionais e internacionais... Somos um grande pais, nos falta um patriotismo real, uma identidade verdadeiramente brasileira... Se pudermos fazer um exercício nesse sentido, com humildade e aceitação, nada poderá segurar esse país... Nada. Nada. Nós em maioria amamos o Brasil e suas diferenças.
Os preconceituosos, os soberbos, os gananciosos e maldosos, são minoria... Somos um país do bem, de pessoas caridosas, humanitárias, felizes e do bem em sua maioria... Só nos resta aprender isso. Os brasileiros verdadeiramente do bem, são maioria. Eu creio nisso. Prestemos atenção daqui pra frente e com certeza esse povo todo que deseja só usar o povo vai sumir de uma forma ou de outra, com certeza.

Uma verdade doída.

Na verdade é o seguinte e isso infelizmente... O povo brasileiro que joga óleo na pia, consome desenfreadamente plásticos das mais diversas maneiras, deseja e até se endivida para conseguir o último modelo de tudo que o mercado oferece, não esta nem aí para a Amazônia, índios, fauna, flora e tudo o mais... Esse povo quer mais é que a riqueza volátil chegue a suas mãos... Esse povo quer consumir para ostentar e só, nada mais importa. Uma ignorância calculada.
É uma pena perceber a cada dia que passa, o quanto o animal humano se revela na pior praga que habita o planeta. Eu só rezo e vou trabalhando para alertar os mais próximos.

Rezar e Voltar

Ele caminhava como um doido. 
Sabia que não estava legal. Mas toda aquela situação de angústia, corroía sua alma e perturbava sua mente a ponto de não conseguir organizar direito suas ideias. 
Rezar àquela altura, parecia ser a melhor solução. Meditar, porém nada parecia resolver. 
O pêndulo vagava entre passado e futuro e nada mais fazia sentido. 
Olhando e sentindo o vento, percebeu muitas coisas e nunca mais voltou.



Percebeu?

Só percebeu o sentido da vida, minutos antes de morrer,
neste sentido havia algo que ninguém mais poderia saber.



Taquaritinga, um momento, por favor.

Houve um tempo, como definiu certa vez um amigo, em que vivíamos em uma espécie de “shopping center” a céu aberto. A cidade era toda nossa. ...